segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Vou precisar

Eu acordei com uma enorme vontade de fazer uma cirurgia de coração. Um transplante. Sempre achei ridículo esse povo que fica sofrendo por amor por muito tempo. O mundo está inteirinho aí. Lindo. Cheio de gente linda. E o idiota fica sofrendo por uma pessoa só. Porra! Ninguém merece! Sempre achei ridículo.
Esse lance de amar é bem simples. A gente se faz bem. “Se gosta”, ”se cuida”, “se curte”. E a partir do momento que não está mais fazendo bem, acaba. Pronto. Eu encontrarei outro alguém e a outra pessoa também. Sem precisar briga, sofrimento, melancolia. É simples!
Esse negócio de ficar sem comer, chorar, achar que o tempo não vai passar ou que nunca vai encontrar alguém que te faça tão feliz. Duvidar do amor do outro, lembrar dos momentos, acordar e sentir falta, dormir e sentir falta, comer e sentir falta, sair e sentir falta, tomar banho e sentir falta, não querer mais ver e querer ver a todo tempo, falar do amor a todos os amigos até eles se encherem de você, ficar um dia inteiro lutando contra o telefone: Não vou ligar! É muito drama por pouca coisa. A outra criatura deve estar bem feliz com outro alguém. E sua vida ali, parada, sem nexo, sem sentido, sem vontade de mais nada. E tudo isso por quê? Porque você acha que encontrou a pessoa mais maravilhosa do mundo? Porque depois de descobrir o que é beijar a pessoa que ama, não faz sentido beijar mais ninguém? Porque não quero fazer o que fizeram comigo? Porque mais vale ficar sozinho com minhas lembranças que me arriscar sofrer de novo? Porque mesmo que eu tente, o corpo rejeita qualquer outro toque que não da pessoa amada? Porque morro de ciúmes só de imaginar ela com outra pessoa? Porque o coração dói, a alma dói, o corpo dói, a cabeça dói? Acho que vou precisar de um psicólogo...

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